Amajari: Professora do IFRR tem dois projetos aprovados no PPBIO
Projetos seguem ao aguardo de captação de recursos para desenvolvimento.
Danielle Cunha, professora do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima (CAM/IFRR), teve dois projetos selecionados pelo Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBIO), idealizado pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e coordenado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesam). O programa visa à geração de novos produtos, serviços e negócios para a bioeconomia amazônica.
Processamento de produtos de açaí estáveis à temperatura ambiente e potencialmente funcionais – Segundo a docente, o projeto surgiu há mais de dez anos. “Inicialmente trabalhei com o açaí-juçara, natural da Mata Atlântica, e atualmente trabalho com o açaí-do-norte, fruto da Floresta Amazônica. Em 2021, ganhei reconhecimento com um projeto enviado para o prêmio Elos da Amazônia, que culminou nas conversas e na sua adesão ao PPBIO”, disse Danielle.
O açaí é uma das principais fontes de renda de muitas comunidades tradicionais e configura-se como um dos produtos florestais não madeireiros mais importantes para a bioeconomia da Amazônia, garantindo melhoria de renda a muitas famílias. É um fruto de alta demanda, entretanto a dependência do resfriamento para conservação e transporte, dificulta a comercialização de produtos de açaí, estagnando a taxa de exportação em 10%.
Para solucionar o problema, o projeto foi pensado objetivando a redução dos custos de estoque de matéria-prima e transporte, gerando impacto econômico-financeiro ao setor. Ele visa desenvolver produtos de açaí que possam ser comercializados à temperatura ambiente, sem perdas significativas dos seus compostos bioativos e nutricionais, o que aumenta a comercialização dessas variedades, impactando positivamente a renda de produtores e empresas.
Desenvolvimento de embalagem inteligente por meio de indicador natural de pH, tipo sensor, para verificar o frescor do pescado – Muitos fatores podem influenciar o tempo de vida útil do peixe. Para amenizar os riscos, esse segundo projeto da docente pretende desenvolver um filme biodegradável, para o monitoramento de pH, que seja capaz de informar se o pescado está apropriado ou não para o consumo. A embalagem visa à redução do desperdício de alimentos e a diminuição dos casos de doenças transmitidas por alimentos (DTAs) em razão do consumo de pescado impróprio no Brasil. Esse ganho é possível com o desenvolvimento de embalagens ativas e inteligentes, empregadas para atuarem não somente como barreira, mas também com auxílio na escolha do produto, contribuindo para maior segurança e informação do consumidor.
Ainda conforme Danielle, o viés empreendedor no serviço público é muito importante. “A lei de inovação veio para somar-se a essa ideia, para conseguirmos pôr no mercado produtos que resolvam uma dor real da nossa sociedade. A aprovação de projetos como esses, escritos por profissionais servidores do IFRR, são muito importantes, pois mostra à sociedade a capacidade desses profissionais, que são considerados referência em determinadas áreas, possibilitando, assim, mais investimentos e busca pelos cursos das unidades da instituição, aumentando o número de matrículas e consolidando o instituto como referência em educação”, completou a docente.
A aprovação dos projetos para captação de recursos só foi possível graças ao credenciamento do IFRR no Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia (Capda), articulado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação (Proprespi). Segundo o pró-reitor Romildo Alves, o credenciamento permite à instituição o acesso a recursos de empresas da Zona Franca de Manaus, as quais, por meio de um incentivo fiscal, destinam uma porcentagem do lucro para investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação.
“Nós, gestores do IFRR, ficamos muito orgulhos, pois não tínhamos esse credenciamento, e a professora Danielle foi a primeira pesquisadora da instituição a conseguir a aprovação de projetos na Capda […] Foi de muita alegria ter essa aprovação. São projetos importantes para nossa pesquisa e inovação, como instituição de ciência e tecnologia, mas também têm sua importância para o desenvolvimento da Região Amazônica”, comentou o pró-reitor.
Os dois projetos da professora Danielle Cunha encontram-se disponíveis para consulta no site do PPBIO. Para conhecê-los, clique aqui. As duas propostas seguem expostas para captação de recurso.
Bruna Castelo Branco