O Escritório Social, programa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que em Roraima tem como principal parceiro a Assembleia Legislativa do Estado (ALE-RR), entregou na tarde desta quarta-feira, 20, nas cadeias feminina e masculina de Boa Vista, mais de 400 peças de roupas para atender egressos e pré-egressos do sistema prisional.

Com o slogan “Despindo preconceitos e vestindo cidadania”, a campanha “Armário Social” tem como finalidade arrecadar roupas, sandálias e sapatos para promover a reinserção na sociedade, e evitar que os reeducandos saiam às ruas com a farda laranja usada na unidade prisional e sofram preconceito da sociedade.

Décima Rosado, coordenadora do programa em Roraima, ressaltou que a campanha é permanente. Ele lembrou que a ideia surgiu quando presenciou o desabafo de um reeducando, que, durante o percurso para chegar ao Escritório Social, enfrentou olhares preconceituosos, bem como foi parado pela polícia, mesmo estando com o alvará de soltura.

“Essas roupas são importantes para esses reeducandos, e a gente só tem que agradecer a solidariedade da população, que mexeu um pouco no guarda-roupa neste fim de ano e doou. É bem gratificante vê-los na rua sem estarem com a roupa laranja e calçados, chegando junto à família para o recomeço”, disse Décima, ao ressaltar que no próximo ano vai mudar os pontos de coleta.

O diretor da Cadeia Pública de Boa Vista, Pablo Paulino, ressaltou a importância das doações para quem está deixando o presídio.

“Essa parceria da Sejuc [Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania] com o Escritório Social é muito importante, uma vez que os egressos estão retornando para o convívio em sociedade, e que eles já possam retornar com outra roupa, considerando que já não são mais reeducandos do sistema prisional, tirando o risco do estigma do preconceito”, observou.

Marilena Freitas